ALÉM DAS BANDEIRAS E BRASÕES

Moisés Silveira de Menezes

                    I

 

Humanidade, humanismo

Expressões profundas, fortes

Adornam brasões, bandeiras

Traduzem sentir, ditam nortes.

 

O mundo avançou no tempo

Terçando verbo e combates

Palavras, armas de mando

Para a tristeza dos vates.

 

Se o progresso trouxe alento

O mundo manteve o homem

Preso ao próprio pensamento.

 

Sacar do homem as viseiras

Que a palavra humanidade

Vai muito além das bandeiras.

 

                  II

 

Fraternidade, humanidade

Eternas inseparáveis

Na ausência o tempo obscuro

Das guerras intermináveis.

 

Palavras gestam o mundo

Um grande fogo de chão

Utopia, antigo sonho

Dos povos em comunhão.

 

Palavras semeiam crenças

As crenças transmutam gestos

Pra um tempo de benquerença.

 

Soprem ventos outras visões

E a palavra humanidade

Pra muito além dos brasões.

 

                                            III

 

Igualdade, mandamento

Da qual não se dissocia

O sonho de humanidade

Que o poema acaricia.

 

 

Falseando escassas palavras

Guerreiros de pouca luz

Martirizaram iguais

Brandindo espadas e cruz.

 

Tirano, o verbo sem gesto,

Bem pouco, nada traduz

Ante o poder manifesto.

 

O homem marcha em reponte

Justo, perfeito, no rumo

Das virtudes no horizonte.

 

IV

 

Liberdade, humanidade

Tangendo ideais e sonhos

A luta eterna de todos

Igualdade aos desiguais.

 

Palavras, força motriz

Um mundo além da quimera

Amor em tempos de amar

Que à humanidade condiz.

 

Das mais sagradas mensagens

Amor, orvalho do Hermon

Desça o manto sobre os homens.

 

O verbo aponta as razões

Seja dogma, humanidade

Além, das bandeiras e brasões!!!