TUDO VALE À PENA...

Sebastião Teixeira Correa

Se todas as penas

Fossem apenas pena de quem

tem piedade...

Se todas as penas

Fossem apenas

pena pelas dores expostas,

Ou pela perda de algumas apostas,

Ou por ter passado uma oportunidade...

As penas que dão pena

São apenas o dó de quem sofre ou já sofreu

Por algo que entendeu poder mensurar a dor;

 

Porém, existem penas

Maiores do que as penas que expõe

nossas feridas,

E uma das penas mais doloridas

É a pena de não termos nesta vida um grande amor.

Há penas que são sentenças,

Mais leves ou mais intensas,

Mais curtas ou mais extensas,

Que, às vezes, por influências

Sofrem profundas mudanças,

Dependem das circunstâncias

E de quem as determina;

E, ao final, há um veredito,

Cujo teor do escrito

Sempre há uma pena que assina!

A pena que marca a “sena”

 

Na mão humilde e ingênua daquele que busca a sorte,

Pode ser a mesma pena

Que chancela e que ordena a extrema pena da morte.

É a leveza das penas que faz a ave voar,

E o colorido das penas que serve para adornar;

As penas mais pequenas são as que revestem os ninhos,

Na maciez da plumagem , aquecendo os filhotinhos

A vida dá, por regalo, a quem vive a duras penas

O fel , que ao sorver, amarga a solidão das “cadenas

A pena dos apenados nem sempre é a pena mais justa...

Se o julgamento é errado, uma vida inteira custa;

É pena que muitas vezes não se pode reverter,

 

E assim, quem julga e condena, não adianta arrepender

Num travesseiro de penas dormi os sonos da infância,

Ouvi doces cantilenas na solidão de uma estância,

Onde a seriema empenada, na copada de um pinheiro,

Chora penas no seu canto, pra chamar o companheiro

Vi muitas penas pequenas em proporção ao delito,

E tantas penas extremas por simples dolo ou conflito

Sei que a justiça terrena faz muitos juizos falsos,

(Cede ao poder de influentes)

 

E como fazem ‘‘as serpentes, sólo picam a los descalzos

Teniendo rancho e cavallo, são mais levianas las penas”

Disse Athaualpa em seu canto, que me serve de acalanto

Quando a sorte se apequena

E na razão que eu encilho, enfrento qualquer ventena,

Sentado sobre o lombilho, empunho a Cruz de Lorena

Que herdei do índio Sepé lá na terra Missioneira,

Meu amuleto de fé - É meu escudo e trincheira!

Confio em Deus das alturas e no seu Filho Jesus,

Na fé que move estruturas e no poder da Santa Cruz.

Busco a Divina Trindade pra alívio de minhas penas,

 

E creio que a humanidade chegará à eternidade

Com alma leve e serena.

Vivemos um novo tempo (nem Esparta, nem Atenas),

Busquemos ser mais felizes (mais irmãos, menos juízes),

Com emoções mais amenas,

De espirito desarmado (compreensão e não condenas),

Pois nem sempre a solução está no peso das penas...

Por isso entendo que as penas (sejam grandes ou pequenas),

Jamais vão nos abater,

E que devemos viver nesta passagem terrena

Com amor no coração, e a plena convicção de que a vida vale à pena !!!