FILHO PRÓDIGO

Tatiane da Rosa Crestani

 

Mãe, amiga e confidente

Chama de amor ardente

Que com lágrimas e risos

Embala os sonhos da gente

 

Do seu rancho, parte o filho

No lombo do seu cavalo.

Acenando, num adeus...

Chora triste, na janela

Sabe que a vida ilude

Os sonhos da juventude!

 

Lá se vão tantos janeiros

A solidão não tem jeito

Se instala dentro do peito,

Sob a quincha da morada.

Olha a cadeira vazia

E o coração estremece

Fecha os olhos, numa prece

A saudade é erva amarga

 

Num bar de curatela,

Changueando, para comer

A saudade atropela

E a mente a lhe consumir

Vagando de vila em vila

Permeando o horizonte

Olha pra dentro de si...

Já não é o mesmo de ontem

 

A ânsia do ser humano

É conhecer a si mesmo

Alinhar o pensamento

E domar as emoções...

 

Aquele menino pobre

Com sede de aventura

Amargou o seu propósito

Nas garras da desventura!

 

A mãe, cheia de esperança

Quer de volta seu menino

Cansou-se da espera,

Deste retorno bendito.

Não há remédio que cure

Um coração solito.

 

Na angústia dos descaminhos

Pra reencontrar a paz,

O retorno é o caminho...

Tal qual a sábia parábola

De Jesus ao filho pródigo,

Abraçou o seu destino

Juntou os trapos da alma

E rumou pro antigo lar!

 

A mãe viu, pela janela

De volta o seu menino

E toda angústia dela

Num instante então sumiu...

Quem um dia partiu,

Com a mala cheia de sonhos,

Juntou arrependimentos.

 

A vida é feita de escolhas

Temos nós, o livre arbítrio

E as vezes,  por comodismo,

Seguimos caminhos tortos...

Mas com a graça divina

O destino nos ensina...

É acreditando na vida

Que se aprende a viver...

A errar e arrepender-se