NO DIA SEGUINTE
Sebastião T. Correa
Quando as rastras
sobrarem das cinturas
E os bicharás sumirem dos
invernos,
Quando morre o verde das
planuras
E quando a noite e o frio
forem eternos.
Quando a vaidade perder sua
razão
E a ambição não mais tiver
motivo,
Quando sobrar vazio a
escuridão
E nenhum
rastro de nenhum ser vivo.
Talvez em seu abrigo anti-atômico
-Imaginando até parece
cômico,
A dura realidade dessa cena.
Na nudez do silêncio infinito
Alguém gritar, e o eco de seu
grito,
Ressoar nos escombros; Mas
que pena!