FIM DO DIA

Sebastião T.Correa

 

O céu tingido de sangue

Sobre a linha do horizonte

Onde o sol vermelho e langue

Se debruça atrás do monte

 

Parece um couro estendido

Com o sangrador colorado

E o dia, um touro abatido,

Na coxilha, agonizando.

 

E esta hora tão calma

Que o campeiro lava a alma

Entre os bretes da cidade.

 

Porque o mate, seiva pura,

Da terra, traz da lonjura

Um consolo pra saudade.