Amor para um Tropeiro

 Ruben Alves Vieira

Enquanto cervo o mate,
Em mais um entardecer.
No horizonte penso ver
Ao descambar do brasileiro,
Do sol ardente e campeiro
Ao findar de outro dia,
Que chegue pra minha alegria
A silhueta do tropeiro.

Já se passaram dias e messes,
Que partiu para uma tropeada
E’ fique a contemplar a estrada
Que sumia no horizonte,
Descambando atrás do monte
A tropa ia partindo
E as lágrimas dos olhos caindo
Molhavam a minha fonte.

E o tropeiro se foi.
Veio a noite enluarada,
A cuia que ficou cevada
Ainda guardava o calor,
Dos lábios que tanto amor
Me transmitiram em carinhos
E
ao ver ao rancho sozinho
Senti uma fisgada de dor.

Dor de saudade e anseio
Que volte logo da tropeada,
Para os braços de sua amada
Pra cevarmos outro chimarrão
Ao redor do fogo de chão
Proseando sobre a lida,
dando sentido a vida
E aquecendo meu coração.

Ronca a cuia, fecho os olhos
e faço uma prece campeira,
Pedindo à padroeira
Proteção em tua tropeada
A saúde tenha fim
Volta logo pra mim,
Volta pra sua amada.