BELEZAS DO PAMPA

Osvaldo Machado

 

Contemplando a natureza

vi a pampa entardecer.

Pois sem a luz do saber

devo crer na providência.

E, desprovido de sapiência

numa frase sem igual,

chamei a minha terra natal

pelo nome de querência.

 

Pra cantar esta querência

e as belezas que ela encerra

tenho amor por esta terra

da fronteira ao litoral.

Não se vê beleza igual

por qualquer lugar que ande

me orgulha, ser o Rio Grande,

a minha terra natal.

 

A fauna da minha terra

tem coisas de admirar.

Tem nambu de chororó

tem canto de sabiá,

tem pomba fazendo ninho

e João barreiro a cantar.

Também tem perdiz que voa

e o bicho homem a caçar.

 

A beleza é singular

de tardinha ou de manhã.

Ouço o cantar do tarrã

quando a manhã principia.

Cansado da invernia,

o papagaio revoa,

nos dias frios de garoa

nos campos da Vacaria.

 

Quando ouço a voz do vento

chega me arrepiar o pelo.

Ouvindo o bugio roncar

num presságio, de apêlo.

O Cantar da curucaca,

que se preserva e tem zelo.

E a nossa prenda gaúcha

que, da mulher, é modelo.

 

É no garrão continentino,

esta terra de abundância.

Que desde a primeira infância

se cultiva a tradição.

Até me engasgo de emoção

quando canto esta querência,

e quando sorvo a essência

de um gostoso chimarrão.

 

Nem só de pão vive o homem,

dizia o velho ditado.

Se não és acostumado

a conviver com a natureza,

conheça toda a beleza

desta terra hospitaleira

com três cores na bandeira,

vais gostar, tenho certeza.