VELHO CANDEEIRO

Luiz Menezes

 

Apaga a luz velho candeeiro, apaga!

Faz com que o rancho torne à escuridão;

Pré que  meu poncho e minha velha adaga

Não sintam fraquejar meu coração...

 

Apaga a luz velho candeeiro, apaga!

Quero sentir no escuro a mornidão

De uma lembrança que meu peito afaga

Numa carteada que perdi de mão...

 

O catre  a mesa, tudo dela fala,

Só num contraste minha viola cala

Pra não chorar no funeral do adeus.

 

Apaga a luz, apaga, meu candeeiro!

Pois amanhã talvez num entreveiro

Lembrando dela apaguem os olhos meus!