CHÃO BATIDO

Luiz Menezes

 

No chão batido que enrijece a alma

Do meu inverno silencioso abrigo,

Ouço a saudade em passos lentos, calma

Cortando atalhos pra matear comigo...

 

Os meus cabelos que ao rigor branquearam

O meu cantar que o tempo silenciou,

O meu desejo de seguir em frente

Sabem que é tarde: A estrada terminou...

 

No chão batido que trago na alma

Ergui um rancho pra morada calma

Do envelhecer sem mágoas nesse fim...

 

E o Celestial Patrão até foi Bueno.

Deu pra meu canto esse amargor sereno

Do verso triste que ainda vive em mim.