ALEGORIA AO JARAU

Luiz Menezes

 

Os cerros do Jarau

São pirâmides pampeanas

Que algum FARÓ divino

Aqui no pago plantou.

 

São cordinheiras andinas

Numa versão gauchesca,

Com neves da geada-pampa

À espera do sol manhã.

 

Os cerros são atalaias

Ecoando a inúbia de guerra

Do índio YARO indomável

Que pela fúria tombou...

 

O azul que o cerro vislumbra

É o azul-fumaça da tumba

De algum CID charrua

Que também foi campeador

 

Os cerros são monumentos

Pra MARAGATO E CHIMANGO,

Que ao grito do ideal tombaram

Defendendo uma opinião.

 

E o pôr-do-sol colorado

Que ao cerro abraça de flanco,

É o lenço vermelho e branco

No braço de dois irmãos.

 

Os cerros do JARAU

São pirâmides pampeanas,

Que algum FARAÓ divino

Aqui no pago plantou.

 

Oh! Furnas que escondem ouro

Trazido da SALAMANCA,

Guardam a magia branca

Do MOURO e PAGÉ xirú.

 

Noite de luar JARAU

De lendas e de beleza.

Diante a TEINIAGUÁ princesa

O êxtase de ÑEENGUIRU.