MEMÓRIA VIVA DO GALPÃO


Lauro Teodoro/Pedro Jr.

Ando varando as madrugadas,
No silêncio do meu catre,
Campeando estrelas nas rondas,
Revirando a erva do mate.

Visto o poncho da imensidão
Para esperar as noites de lua.
Reviro as cinzas do braseiro,
Que queimam saudades tuas.

Escuto o ronco da cuia lavada,
Retinindo ao cantar dos galos.
O dia recem aponta a cara,
E ouço alvoroço dos cavalos.

O sono refugou os pelêgos,
E bateu asas do galpão.
Sigo a procura de apegos,
Na invernada da ilusão.

O sol a dentra pelas frestas,
Bato tições ao fogo de chão.
Cismando recuerdos do passado, 
Na memória viva do galpão.