RIO GRANDE

Jurema Chaves

 

Ser gaúcha não precisa

Ter nascido aqui no Sul

Basta amar o céu azul

E qostar do mate-amargo

Do sopro do minuano

Que vem nos fazer afago

Este ventinho nativo

Que faz parte deste pago.

 

Ser gaúcha, meus senhores,

É trazer dentro do peito

Com todo amor e respeito,

A gloriosa tradição.

Usar vestido de chita,

Dançar chote e chimarrita

Nos fandangos de galpão.

 

E trazer no coração

Um Rio Grande assim pequeno

Molhado pelo sereno,

No frescor da madrugada.

É gostar da gauchada

É amar o João barreiro

E ter a simplicidade

Deste povo hospitaleiro.

 

Amar o cheiro da terra

Misto de agreste e selvagem.

É o gado na pastagem

Pra enfeitar as Campinas

São as águas cristalinas

Numa incansável viagem

Indo ao encontro do mar

Levando doce mensagem.

 

É o grito do quero-quero

Autêntico sentinela,

É o barulho da cancela

Do peão voltando pra estância

É ter no peito esta anciã

De vida paz e esplendor.

É cantar todo encanto

Rio Grande feito de amor.