MIMUANO

 Jurema Chaves

 

Quando ouço o minuano

Soprando em minha janela

Numa linguagem singela

De amor à natureza

Balança a flor com leveza

Como um gesto de carinho.

Trazendo o cheiro da mata

Pra dentro do meu ranchinho.

 

Fica soprando teimoso

Desmanchando meu cabelo.

Que arrumo com desvelo

Sussurrando em meu ouvido.

Louvor ao pago querido

Que sempre hei de adorar.

Meu pago de trinta e cinco

Tanta história pra contar.

 

Tantas bravuras e glórias

Tem meu pago soberano.

Que até mesmo o Minuano

sopra tão cheio de orgulho.

Fazendo tanto barulho

Para chamar atenção.

Aos nossos antepassados

Que defenderam este chão.

 

Sopra, sopra Minuano,

Canta a tua liberdade.

Tu não conhece a saudade

De quem vive na distância.

E sufocando esta ânsia

Vives beijando as Campinas.

Bebes água cristalina

Das flores tens a flagrância.