FLOR SAUDADE

Jurema Chaves

 

 

É triste ver o vento da saudade
Despetalar as flores do nosso jardim
Não mais ouvir da tua voz a alacridade
Na soledade que deixaste em mim.

Não ver os colibris beijando as flores
As pétalas caindo, fenecidas
A primavera não repinta as cores
Entre os escombros, ilusões perdidas.

Saber que o egoísmo e o preconceito
Tornou tão solitárias nossas vidas
Roubando-me o aconchego do teu peito
E nossas almas partidas, repartidas.

Ter que sufocar tantos anseios
Amalgamar no peito a fria solidão
Abraçar silêncios em meus devaneios
No pulsar ausente do teu coração.

O que farei agora, meu eterno amor
Pois o tempo passou e tu ficaste
Não sentes remorso ou dissabor
Por esse amor que era só teu, e tu mataste?