FESTA E RODEIO

João Batista de Oliveira Gomes

 

Numa festa de campanha

É que me sinto à vontade,

Faceiro barbaridade

Alegre bem satisfeito,

Por isso bato no peito

Sentindo grande emoção,

Por ser gaúcho rio-grandense

E divulgar a tradição.

 

Num fandango bem animado

Numa festa ou num rodeio,

Pois é lá que estou no meio,

Alegre dando risada,

Admiro uma gineteada

Um ginete cair no chão,

Levantar e montar de novo

Em pêlo num redumão.

 

E quando chego num rodeio

No meu tordilho montado,

De chapéu meio tapeado

E um doze braças nos tento,

Pois te juro que não agüento

Sem desatar o meu laço,

Mando soltar um novilho

E dou uma esticada no braço.

 

E quando dou um tiro de laço

No meu cavalo tordilho,

Nas guampinhas de um novilho

Vai serrando armada grande,

Quando um gaúcho se expande

É bonito pra se olhar,

O novilho está de corda

Manda o gancheiro tirar.

 

Na abertura de um rodeio

É linda a programação,

Demonstrando devoção

A missa crioula é rezada,

Se reúne a gauchada

Num Pai Nosso, Ave Maria,

Com a proteção do Patrão do céu

E da prenda Virgem Maria.

 

Pois é lindo minha gente

Divulgar a tradição,

Pra um fandango de galpão

Eu sempre fui convidado,

No meu tordilho montado

Eu saio a passos largos,

Pra um fandango no Osório Porto

Com o patrão Ulisses Camargo.

 

O patrão Ulisses Carmargo

Filho de Campo do Meio,

Foi de lá que ele veio

Gaúcho de marca Grande,

Ande lá por onde ande

Pisando em outro torrão,

Sempre defendendo o Rio Grande

E divulgando a tradição.

 

É por isso e mais um pouco

Que me orgulho de ser gaúcho,

Este traje bem sem luxo

Que uso desde guri,

Por isso eu vou pedir

E que seja sempre lembrado,

Nunca me chamem de grosso

Ao me ver assim trajado.