TRIBUTO A DOM JAYME

Getúlio Abreu Mossellin

 

Morreu somente a matéria,

Do caudilho dos poetas.

Minha alma fica inquieta,

Quando no seu nome falo.

Peão do lombo do cavalo

Segundo tua poesia.

Da Bossoróca és cria,

Terra natal deste galo.

 

Catedrático do verso.

Com sua bota de garrão.

Que de fogão em fogão,

Não importava a distância,

E do potreiro de guaxo.

São obras primas, eu acho,

Da mais valiosa importância.

 

É o esteio do Rio Grande,

Do mais profundo quilate.

Que em toda roda de mate,

Seu nome seja lembrado.

Por este imenso legado

De extrema sabedoria.

Que nas noites de poesia

Seu verso seja falado.

 

Homenageou este pago

Com muita simplicidade.

Com respeito e humildade,

Que lhe era peculiar.

Do jeito de declamar

No estilo bem campeiro.

Este poeta missioneiro

Que aprendi admirar.

 

No dia oito de junho

Que fazia muito frio,

Montou a cavalo e partiu.

Pra velha querência eterna

Pra ficar pra eternidade.

Que só nos deixou saudade

Esta figura fraterna.

 

Payador, gênio, poeta.

Um campeiro de verdade.

Quanta falta, que saudade,

Das payadas galponeira,

Desta cepa missioneira.

Que deixou grande lição,

Pra que firmamos o garrão,

Na letra xucra e campeira.

 

Tu és o pampa e a serra,

O corredor, a estrada.

A cacimba, boa aguada

Tiro de laço e o pealo.

O relincho do cavalo,

A sanga que não dá vau.

É o JAYME CAETANO BRAUN

O payador que lhe falo.