SERES EM EXTINÇÃO

Getúlio Abreu Mossellin

 

Pra onde vai nossa terra

Com tanto lixo e veneno.

O homem não é ingênuo,

Pra não saber o que faz mal

É o pior animal,

Este ser que pensa e fala.

Com outro ser não se iguala,

Esta fera racional.

 

Sujando beiras de estradas,

Este bípede fantástico.

Joga papel, joga plástico,

Pelos terrenos baldios.

Envevenando sangas e rios.

Em nome do tal progresso,

Promovendo o retrocesso

Que chega a dar arrepios.

 

E o DEUS todo poderoso,

Mesmo assim é grande pai,

Escuta gritos e ais

Da sua filha natureza,

Que espalha grande beleza

Pra todos aqui na terra.

Florindo campos e serra

Com a mais pura singeleza.

 

E os animais que perecem,

Sob a mira dos humanos,

Que cospem fogo dos canos

Das armas, sem piedade,

Isto é uma barbaridade,

Tirar a vida de um ser,

E penando até morrer

A custa de uma vaidade.

 

É triste que existam leis,

Que liberam a caçada,

Matando na revoada

A pobre ave inocente,

Sem pensar que de repente,

Vão estar em extinção

A perdiz e o marrecão

Por caçadores dementes.

 

E o que dizer das queimadas,

Dos campos e das florestas.

Pra nossos netos o que resta,

Uma terra devastada

Que nem a serra pelada.

Pedaço de chão perdido,

Que lá ficou esquecido

Pela lei mal decretada.

 

Pra que tanto barbarismo,

Contra a fauna e a flora,

Mas tem gente que só explora,

Sem pensar com o coração.

Transformando em carvão,

A madeira e a coivara.

Porque a terra é jóia rara,

Pra que tanta ingratidão.

 

É por isto que pergunto:

Pra onde vai a humanidade

Com tanta hostilidade,

Contra sua própria vida?

Envenenando a comida,

O ar e a própria água.

E o céu que chora mágoas

Sobre um terra falida.

 

Este foi o meu protesto,

Contra a matança e a violência.

Da falta de competência

Dos homens deste sistema,

Vem projetando esquema,

Em nome da tal de paz.

Mas sabemos que é fugaz,

O povo vive um dilema.