RINCÃO DA PEDRA MOURA

Getúlio Abreu Mosselin

 

Morada flor de tão buena

em riba de um cerro chato

e ali na costa do mato

erqueu-se casa e galpão

churrasqueira e fogão

cinzeiros de lenha boa

que nas tardes de garoa

sirandeia o chimarrão.

 

Mato nativo e açude

relíquias da natureza

amigo tenha certeza

que este lugar é abençoado

pelos donos preservado

com muito amor e bom senso

teu gesto é brilhante, eu penso

e me sinto gratificado.

 

Estes, amam a natureza

e cuidam do meio ambiente

falo do casal Sifuentes

de grande hospitalidade

e mostram sinceridade

digo isto com certeza

e admiro esta beleza

e me orgulho desta amizade.

 

Potreiro e pasto à vontade

matizado de bibi

e o petiço Mitay

faz tempo que não vê arreio

só cocheira e pastoreio

nem lida, nem campereada

a anca são duas canhadas

com fio de lombo no meio.

 

E quando o sol mete a cara

frestiando os galhos do angico

sabiás, pardais, tico-ticos

abrem o peito a a cantar

pois é hora de amarguear

com aquela erva tão buena

e o som desta cantilena

acorda todo o lugar.

 

Resquício de Mata Atlântica

que o homem devastou

e nem ao menos pensou

numa geração vindoura

só no lucro da lavoura

somente pensando em si.

Mas, graças a Deus conheci

o Rincão da Pedra Moura.