CAVALGADA DO MAR 99

Getúlio Abreu Mossellin

 

A cavalgada começa

Bem antes de fevereiro

Começam a juntar dinheiro

Fazem rifas e leilões

Leiloam pato, galinha, ovelha, coelho e leitão

Fazem jantas e almoço

Esta peonada colosso

Que não afrouxam o garrão.

 

Veio o mês de fevereiro

E botamos o pé na estrada

Caminhão com a cavalhada

Quatorze animal entrou

Apenas só dois sobrou

Foram junto rebocados

E saindo enfileirado

Nosso comboio viajou.

 

De Gravataí à Torres

Levamos quatro horas e meia

Pro consumo cinco ovelhas

Pro churrasco e pra panela

Já passamos uma na goela

No primeiro acampamento

Um churrasco suculento

Picotado na gamela.

 

De Torres à Arroio do Sal

Nossa segunda parada

Primeiro dia de cavalgada

Décima quinta edição

Acampamos num galpão

Na frente do CTG

Aí é que a gente vê

O amor por este chão.

 

De Arroio ao João Sobrinho

CTG lá da lagoa

Fica em Capão da Canoa

Numa estância do passado

Decerto criavam gado

Tem cancha reta e mangueira

Até correram carreira

Quem ali estava acampado.

 

Do CTG João Sobrinho

Saímos com tempo feio

E no local de rodeio

No município de Imbé

E sempre firme com fé

O apoio acampou

E o almoço preparou

E a meia tarde um café.

 

Passamos dois dias ali

Num lugar flor de especial

Fizemos até um grenal

Que terminou num empate

Seis gols e seis arremates

Deu pé e dedo destroncado

Amanheceu tudo inchado

E vermelho que nem tomate.

 

Do Imbé à Tramandaí

Mais uma etapa cumprida

Desta gente destemida

Que não se entrega por nada

Nesta brava cavalgada

Na beira do mar azul

Que cavalga o Mercosul

Cinco pátrias irmanadas.

 

De Tramandaí à Cidreira

No local Lagoa Azul

Isto é o Rio Grande do Sul

Querência do peão campeiro

Com mais de mil cavaleiros

De Torres à Dunas Altas

Por que o brio nunca falta

Pro homem sul brasileiro.

 

E o capataz comandava

Uma prenda e quinze peões

Gente de várias regiões

Do litoral a fronteira

Enfrentando sol e poeira

Dia de chuva e frio

Sem nunca perder o brio

Esta peonada campeira.

 

Pro apoio desta indiada

Da cavalgada do mar

Getúlio, Bruno, Ademir e Luizmar

Toco, Ema, Odete, Jonas e Clecí

Todos que vieram aqui

Representam o Chaleira Preta,

Isto é amor a camiseta

Gente igual eu nunca vi.

 

Meu melhor muito obrigado

Ao apoio e aos campeiros

De um simples cozinheiro

Que cumpria uma missão

Cavalgador de fogão

E o churrasco na brasa

Faz da barraca sua casa

Por amor a tradição.