ALEGRETE BAITA CHÃO

Getúlio Abreu Mossellin

 

Alegrete minha terra...

Minha querência, meu pago.

Alegrete eu te trago,

Guardado no coração.

Que num bater de tição,

A fumaça se levanta

E sai da minha garganta,

Versos com cheiro de chão.

 

Berço de Mário Quintana,

Rui Ramos e Osvaldo Aranha,

É na região da campanha,

Que fica minha cidade.

Terra boa de verdade

Onde nasci e me criei,

O dia em que me afastei,

Senti uma baita saudade.

 

Terra das grandes estâncias,

Criação de ovelha e gado,

Querência de peão montado

Pra recorrer as planuras,

E camperear as lonjuras

Plantado sobre o arreio,

Quando vai parar rodeio

Esta campeira figura.

 

Lugar da prenda bonita

E de gaúcho pilchado

E do ginete grudado

Sobre o basto Paissandú.

Do apero de couro cru

Trançado com perfeição.

Do sovéu torcido a mão

Pelo velho peão xiru.

 

Alegrete tua história,

Tua gente, tua raça,

Passa o tempo, tu não passa,

Ex-capital farroupilha,

Campo verde de flexilha

Tu sabes que te venero.

Qurência do quero-quero

Sentinela da coxilha.

 

Bueno, então vou embora.

Terra que me viu nascer.

Que jamais vou te esquecer,

Até logo diz o peão,

E com meu chapéu na mão

De barbicacho trançado,

Te digo muito obrigado,

Alegrete baita chão.