QUERENDONA

                                                                                              Estanislau Robalo

 

Minha morocha querendona

Olhos negros candongueiros

Embuçalou meu destino

Com teu olhar feiticeiro.

 

O teu sorriso morocha

Quando nos lábios se estampa

Maneia a alma do taura

Mais caborteiro do pampa.

 

Preto como a picumã

São teus cabelos compridos

E a malícia que provoca

O teu andar atrevido

 

Pode ser xucro o ventana

Que não te ganha o tirão

Por teus caprichos já fica

Manso de rédeas no chão.

 

Na polvadeira da estrada

Andei cruzando caminhos

E vim cair nos teus braços

Pra deixar de andar sozinho.