VERSINHOS PARA CRIANÇAS AINDA PEQUENAS

Dimas Costa

(Para serem ensinados pelos pais)

 

PARA MENINAS:

 

O poeta é que criou

Com amor e emoção,

A mamãe me ensinou

E o papai deu uma mão.

E eu aprendi a dizer

Versinhos da tradição:

 

O figo que ta maduro

Se esparrama quando cai.

Quem quiser casá comigo

Tem que falar com meu pai.

 

Minha saia é rendada

Com franjinhas de retroz.

É igualzinha a da maninha.

Foi mamãe que fez prá nós.

 

Mamãe me levou num fandango

Nunca vi baile tão lindo.

É pena que demorou

E eu...acabei dormindo.

 

Vou botá no meu cabelo

Uma florzinha de Malmequer

Só prá vê se no entrevero

Consigo QUE alguém me quer.

 

Eu quero dizer um verso

Prá esse moço mais velho.

É um versinho do folclore

Mas também é um conselho:

 

"Tico-tico no terreiro

Quando chove não se molha.

Onde ai moça solteira

Pras casadas não se olha".

 

São tão bonitos os versinhos

Desta nossa tradição,

Que ditos assim com jeitinho,

Corcoveia o coração:

 

Águas claras ribeirinhas

Que passaram por aqui,

Me mataram de saudade

Porque lembrei-me de ti.

 

Sou gaúcha, sou pequena

Mas tenho no coração,

Um amor sincero e puro

Pelas coisas do rincão.

 

Viva os campos, viva as matas,

Viva os rios e o céu azul.

A tradição do meu pago

O Rio Grande do Sul

 

PARA MENINOS:

 

O meu pai ensinou

Um versinho para mim.

São versos do folclore

E tem um que diz assim:

 

"Menina minha menina,

Boquinha de marmelada,

O dia que eu não te vejo,

Não como e não faço nada".

 

O meu cabo de vassoura

É o meu pingo altaneiro.

Quando monto meu cavalo

Faço o diabo no terreiro.

 

Eu ganhei este lencinho

No dia do aniversário

Hoje eu uso no pescoço

E é o meu relicário.

 

Quem me deu foi meu padrinho,

Um gaúcho de verdade.

Nascido lá na fronteira

E grosso, barbaridade!

 

Uso meu lenço vermelho

Que tem a ponta franjada,

Quando eu ponho no pescoço

Não me falta namorada.