SAUDAÇÃO

Dimas Costa

 

Senhores, aqui me têm,

sou “Prenda” de CTG.

Talvez, eu não sei por quê,

lhes cause isto surpresa

porém, em poucas palavras,

explico toda razão

e todos compreenderão

meu falar, tenho certeza.

 

Pequenita, vi um dia

o meu pai vestir bombacha.

Como muitos também acham,

eu achei graça também.

E ri do velho coitado,

que depois de me fitar,

convidou-me pra prosiar

e que prosa, lembro bem...

 

Sério, mas sem rancor,

com os olhos marejando,

o meu pai foi me falando

no seu linguajar campeiro:

“Quando um dia tu, enfim,

perderes esse retovo

desse viver, desse povo

que nunca sai da cidade,

vais ver o que representa

esta figura, guria

na nossa soberania

de gaúcho brasileiro.

 

Foi aqui nestes confins,

segundo canta a história,

que o filho de um tal Sepé

deram exemplos de coragem.

Sentindo o puro ardor

para provar o amor

de um povo por sua terra.

E nos entreveros de guerra

cheios de crença e de fé

verterem lágrimas e sangue,

numa bravura pujante,

Pra o Brasil ser mais gigante

do gigante que já é.

 

E do passado, até agora,

o exemplo frutifica

porque filha, só nos fica

na alma e no coração

aquilo que a gente faz

com coragem e honradez

e foi assim que se fez

os marcos da tradição.

 

Por isso guarda respeito

por esta veste campeira

e sejas sempre a primeira

a respeitar a querência!

não zombes, nunca guria

desta minha vestimenta,

por que ela representa

tua própria descendência.

 

Desde então me entrosei

na luta da tradição.

E tenho no coração

este orgulho que se expande.

De ser moça brasileira

e por ter, enfim, nascido

neste recanto querido

que é o meu lindo Rio Grande.