CHINA MAULA

Cyro Gavião

 

Já esqueci... pra que lembrar

Daquela china sotreta,

Que se meteu de paleta

Na minha vida bagual...

Não sirvo em qualquer buçal;

Sinto a cincha, encolho o lombo...

E a china maula, no tombo,

Descuidou-se e caiu mal.

 

Não me soube amanunciar;

Quis que eu fosse o que não era...

Mal sabia que este qüera

Traz a marca na picanha...

Voltou com nova artimanha;

Tentou votar-me um retôvo.

Montou, mas caiu de novo;

Plantou figueira na certa...

Um guasca nunca se aperta

Com essas maulas do povo.

 

Abandonei o seu rancho,

Pois eu sou que nem carancho:

Só quero céu e altura;

Não me interessa a fartura,

Nem o fim qu’ela levou...

E o sangue do meu avô

Inda corre nestas veias,

Qual tradição das peleias,

Que o tempo não apagou.