AS SETE PROVAS

 Colmar Pereira Duarte


O verdadeiro amor a si se basta,
Embora posto à prova
A toda hora.

Jogaste a cruz do teu rosário fora,
Com as proibições de teus costumes?
Te embriagaste de paixões sem freios?
A Eros deste o vinho consagrado
No cálice dos loucos devaneios?

Podem passar dois séculos de espera
Sem que o céu ou a terra ou nada mude;
Podem surgir visões ou boiciningas.

Derrotando feitiços e mandingas
É que se chega, enfim, à plenitude!

Mais vale a vida se o amor se alcança
Depois de carregar nossa esperança
Que, a cada sacrifício, se renova.

E assim, saciar o coração, deveras,
Deixando no caminho as sete provas;
Ter a glória do amor dos escolhidos
E, para isso, ter vencido as feras
E os “encantos” dos cerros, destruído.