O SONHO DO POETA

Albeni Carmo de Oliveira

 

Sonhou que o mundo era

Um grande jardim em flor;

Não hávia o desamor

Nem rancor, nem vaidade.

E lhes juro foi verdade

Grande foi sua alegria,

Ao ver que ao menos um dia

Houve paz na humanidade.

 

Sonhou que em vez de armas,

Semeando a destruição

O homem tinha na mão

Um punhado de sementes.

Que ele lançava contente

No solo p'ra germinar,

A planta que iria matar

A fome de tanta gente...

 

Ele sonhou que lá no campo

O homem era fixado,

Viu um rebanho de gado

Cruzando um corredor;

Sonhou que o plantador

Tinha terras para plantar,

Sem ninguém para aliciar

O fruto do seu suor.

 

Ele sonhou que na cidade

Cada homem era um irmão,

Não havia poluição

Assaltos ou correria,

E nas escolas ele via

O futuro se formando,

Viu as crianças brincando

Contagiantes de alegria!

 

Ele sonhou com muitas praças

Onde pássaros cantavam;

E os transeuntes que passavam

Pelos que estavam sentados,

Por vezes eram saudados

E tratados como gente,

Não eram meninos carentes

E nem homens revoltados...

 

Que sonho bonito o seu

Até nem queria acordar,

Pois viu homens se abraçar (em)

Sem preconceito ou vaidade,

Viu o campo e a cidade

Unidos na mesma luta;

Não viu guerra nem disputa

Nem risos de falsidade!

 

Não viu ninguém protestando

E nem de fome morrendo;

Viu o seu pago crescendo

Com garra e dedicação,

Não viu guerra entre irmãos

Pela sede de poder

Viu a criança crescer,

Com amor no coração.

 

E finalmente, sonhou

Com todo mundo contente

Sonhou que aquela gente

Tinha aprendido afinal,

Plantar o bem, não o mal

Como Deus nos ensinou,

Foi o que o poeta sonhou

Numa noite de Natal!...